segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pesquisadora mostra em SP que células-tronco podem atenuar as rugas

28/05/09 - 07h18 - Atualizado em 28/05/09 - 07h18

Pesquisadora mostra em SP que células-tronco podem atenuar as rugas
Segundo pesquisa, célula-tronco do próprio paciente rejuvenesce a pele.
Efeito lembra o da toxina botulínica, mas sem paralisação muscular.


Foto: A pesquisadora Isabel Hoffmann Miles apresentou em São Paulo estudo sobre uso das células-tronco com fins de antienvelhecimento da pele (Foto: Claudia Silveira/G1)A portuguesa Isabel Hoffmann Miles é membro da Academia Mundial de Medicina Antienvelhecimento e trouxe para São Paulo o resultado de uma pesquisa que ela chama de “nova revolução da pele”. Segundo Isabel, as células-tronco podem ser usadas não apenas para curar doenças, mas também para rejuvenescer a pele, dando mais viço e atenuando consideravelmente as rugas.

A novidade foi apresentada no 23º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, que acontece até esta quinta-feira (28), na Zona Sul de São Paulo. Para ilustrar a pesquisa, Isabel mostrou fotografias de pacientes submetidos a tratamento contra o mal de Parkinson, entre outras doenças, e que tiveram melhora na aparência da pele.

De acordo com a pesquisadora, as células-tronco seriam extraídas da pele da própria pessoa, que poderia ser retirada de qualquer parte do corpo. Depois de “tratadas” em laboratório, essas células seriam capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo.

No caso das rugas, as células seriam injetadas no rosto do paciente. Isabel explica que o resultado final seria parecido com o da aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox, mas que não há a paralisação do músculo nem das expressões.

“O efeito é o mais natural possível, mas o resultado não é definitivo. Não é a cura, é o rejuvenescimento. Também não há condições de deixar uma pessoa de 90 anos com rosto de 30, por exemplo”, esclarece a pesquisadora.

Como essas novas células que se formam para diminuir as rugas já vêm com o DNA da pessoa que cedeu a pele, Isabel adianta que não há risco de rejeição. Além disso, o procedimento não envolve a manipulação de embriões, o que sempre gera polêmica no campo da bioética.

A novidade é tão recente, conta Isabel, que ainda não se sabe o tempo que dura a ação das células-tronco na diminuição das rugas. Segundo a pesquisadora, os pacientes que se submeteram ao tratamento há mais tempo completaram seis meses recentemente, e o aspecto “permanece o mesmo, como se tivessem acabado de aplicar”.

São Paulo
Apesar de o uso das células-tronco no rejuvenescimento ser algo muito recente, Isabel conta que a novidade estará à disposição das brasileiras muito antes do que se imagina. A pesquisadora adianta que se mudará para o Brasil em julho deste ano e que abrirá uma clínica em São Paulo.

Para o tratamento ser realizado por aqui, Isabel adianta que os interessados precisarão esperar um pouco mais de tempo, pois é preciso receber aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas, como a pesquisadora realiza o mesmo procedimento na Alemanha e nos Estados Unidos, alguns pacientes poderão ser submetidos ao tratamento no exterior.

Quem acha que ainda é muito cedo para se preocupar com as rugas deve prestar mais atenção na novidade. Segudo Isabel, é possível guardar um pedaço da pele para ela ser usada com fins estéticos a longo prazo. Funciona da mesma forma que guardar o cordão umbilical, e quanto mais jovem a pele for, melhor será a “qualidade” das células-tronco extraídas, diz a pesquisadora.

Fruta da juventude
Para aqueles em que a ideia de usar a própria pele e células para rejuvenescer é algo fora da realidade, uma nova matéria-prima para cosméticos promete efeito semelhante só que usando as células-tronco de uma macieira.

A substância batizada de PhytoCellTec funciona como agente antienvelhecimento e foi apresentada aos fabricantes de cosméticos na FCE Cosmetique, feira voltada para os fabricantes de cosméticos e que acontece simultaneamente ao Congresso Brasileiro de Cosmetologia, em São Paulo.

Segundo Ricardo Garcia, do departamento técnico da Focus Química, empresa que trouxe o produto para revendê-lo no Brasil, as células-tronco são extraídas do caule da árvore. Ao “virarem” um cosmético, elas “interagem” com as células-tronco encontradas na camada basal da pele humana, deixando o aspecto mais jovem, aumentando a vitalidade, retardando o envelhecimento e, consequentemente, diminuindo as rugas.

“Não existe nada no mercado que seja parecido”, afirma Irene Montaño, representante do laboratório suíço que fabrica o PhytoCellTec. Segundo ela, a substância ganhou, no ano passado, o prêmio de inovação como melhor ingrediente ativo pela Sociedade Européia de Cosméticos.

Garcia explica que a maçã usada é de uma espécie suíça e que há poucos exemplares dela no mundo. Segundo ele, a fruta despertou a atenção dos pesquisadores por manter a vitalidade mesmo no inverno e meses após a sua colheita.

Por ser matéria-prima, o PhytoCellTec não pode ser comprado nas prateleiras de supermercado ou farmácias. Segundo a Focus, uma grande empresa de cosméticos brasileira já começou a desenvolver produtos com esse princípio ativo.

Com essas novidades, em breve, os mais vaidosos poderão diminuir as rugas usando células-tronco de vegetais ou de origem animal.

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