quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Super Humano - Cult Will Eisner


SUPER-HUMANO - Cult Will Eisner



Imperfeição. Esse era o tema preferido do desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos Will Eisner, que morreu em janeiro, aos 87 anos. Considerado por muitos como o maior quadrinista da história, Eisner se destacou por criar personagens imperfeitos, sujeitos às fraquezas de que todos somos vítimas, incluindo ele mesmo. Em Fagin, o Judeu, não é diferente. A obra é panfletária - seu objetivo declarado é reabilitar o judeu Fagin, vilão do romance Oliver Twist, de Charles Dickens. Para Eisner, o personagem manchou a imagem dos judeus para sempre. No entanto, o que faz o quadrinista, logo no prefácio? Um mea-culpa em que reconhece ter ajudado a difundir o preconceito de raça (contra os negros), com personagens criados no início da carreira. E o Fagin de Eisner não é lá um encanto de pessoa. Rouba, trapaceia, espanca e explora crianças. Mas, aqui, isso seria resultado das condições de pobreza, azar e preconceito de que foi vítima. É verdade que alguns diálogos são melodramáticos demais, mas ninguém é perfeito, ora.



FAGIN, O JUDEU*

Will Eisner
Companhia das Letras, 128 páginas



OS MELHORES DO MELHOR




Um Contrato com Deus e Outras Histórias de Cortiço (Brasiliense)

Lançada em 1978, revolucionou as HQs e criou um novo gênero, a graphic novel, espécie de romance em quadrinhos. Em quatro histórias de cunho autobiográfico, retrata a vida de imigrantes no bairro nova-iorquino do Bronx.



Spirit

Personagem mais famoso de Eisner, o policial Spirit era um herói sem superpoderes, a não ser seu sex-appeal. Em seu auge, a tira semanal para jornais americanos chegou a ter 5 milhões de leitores. Só no Brasil, foram editadas mais de trinta compilações.



Um Sinal do Espaço (Abril)

Nesta ficção científica com pitadas de guerra fria, um operador de rádio detecta sinais que podem comprovar a existência de vida extraterrestre. É o que basta para os personagens de Eisner destilarem todo tipo de fraqueza, da ganância ao fanatismo religioso.



New York - A Grande Cidade (Martins Fontes)

Nova-iorquino atento, Eisner sacava os cantos da cidade. NY traz suas observações, em relatos sobre elementos banais como metrô, paredes, música de rua. A versão brasileira tem página extra sobre São Paulo, uma das cidades favoritas de Eisner.



O Edifício (Abril)
Sim, Eisner ficou famoso como um grande desenhista, capaz de criar seqüências de beleza cinematográfica. Mas seus roteiros não ficam atrás, a exemplo desta graphic novel, em que ele cruza a história de quatro personagens unidos por um edifício.



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