quarta-feira, 8 de junho de 2016

Terra de contraste - Ambiente


Terra de contraste - Ambiente


Alguns dos lugares mais impressionantes da Terra mostram o poder das forças naturais em estado apoteótico. E cada cenário é radicalmente diferente do outro. É como se a Geologia, a Biologia, a Meteorologia e a Astronomia se associassem para encenar um espetáculo majestoso cujo enredo nunca é o mesmo.


Areias amorosas
As marés gravaram uma declaração de amor na desembocadura do Rio Voh, no noroeste da Nova Caledônia, ilha francesa da Oceania. O mangue lançou raízes no solo lodoso e fixou os sedimentos arrastados pelo rio até o estuário. A concentração de partículas elevou o solo a uma altura superior à da maré e criou, no centro do coração quente e úmido da floresta tropical, um areal branco, imune ao alagamento. Para quem passa por cima, de avião, parece uma saudação. De uma noiva.

Frieza de rachar
As águas rolam, literalmente, quando a geleira Perito Moreno desaba no rio, no Parque Nacional Los Glaciares, na Patagônia argentina. A força da gravidade desloca milhões de metros cúbicos de água gelada, lentamente, das regiões mais altas para as planas. Ao encontrar as águas do rio, o gelo se parte em blocos enormes, com estrondos que podem ser ouvidos a quilômetros de distância.


A montanha amigável


A paisagem do Parque Nacional de Jasper, nas Montanhas Rochosas do Canadá, tem 100 milhões de anos. Parece tão eterna quanto pacífica. Nas Rochosas, há 20 210 quilômetros quadrados de montanhas protegidas, com picos nevados, cânions, quedas-d´água, grutas e lagos glaciais - alheios às agitações da História. A floresta fria tem pouca biodiversidade, se comparada com a floresta tropical, mas é mais domesticável. Este é o jardim dos pinheiros, do abeto e do álamo, habitado por ursos, pumas e veados. O ideal de natureza do europeu conquistador da América.


O deserto hostil
Imperturbável e selvagem, o Deserto da Núbia, no sudeste do Egito, apresenta aridez absoluta, brusca variação de temperatura entre dia e noite (de 42 a 5 graus Celsius) e nada mais do que 125 milímetros de chuva por ano (no Sudeste brasileiro, a média é de 1 250 milímetros anuais). Um cenário impossível para a existência humana permanente. Dunas a perder de vista, de 10 metros de altura, são a única sombra sob o sol poente.


O soco do meteoro


Há 142 milhões de anos, a queda de um meteoro abriu a cratera de Gosses Bluff, no deserto de Simpson, no centro da Austrália. Criou um astroblema, ou seja, uma ferida astronômica. Deve ter doído. O impacto abriu um buraco de 150 metros de profundidade e 6 quilômetros de diâmetro na rocha dura, deixando marcas nos 20 quilômetros ao redor. Uma cicatriz imensa produzida, num átimo, por um bólido gelado.

A eterna metamorfose
Há 670 milhões de anos, tudo aqui está em permanente construção e desconstrução. A formação e  decomposição dos recifes ao longo da costa nordeste da Austrália faz e refaz a Grande Barreira de Coral. É o maior conjunto de recifes do mundo. São 2 500 ilhotas paralelas à costa, sobre água rasa (no máximo 60 metros de profundidade), ao longo de 2 000 quilômetros.




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